terça-feira, 2 de junho de 2015

9º dia – Despedida de Jerusalém, entrada no Mar Morto e fim de tarde no Mar Vermelho

Em nosso último dia de viagem decidimos dormir até um pouco mais tarde e “enforcar” o Museu do Holocausto, atração que estava prevista para o começo da manhã.

Já passando das 9h, saímos do hotel para buscar nosso carro que estava estacionado num parking próximos. Por 2 dias de diária, pagamos 120 Schequel (Uns 96 reais).

Decidimos nos despedir de Jerusalém do topo do Monte das Oliveiras (800m de altura), de onde se tem a visão mais privilegiada da cidade antiga. Thiago nem precisou de GPS. Disse que estava seguro e se sentia um judeu nativo. E pior que o cara é bom mesmo. Acertou na mosca. (tá bom assim Thiago?)

Realmente, a visão impressiona. Tanto do Monte das Oliveiras e seus cemitérios em frente, como da cidade antiga, com o Domo da Rocha chamando a atenção.



Aproveitamos para tirar nossas fotos do cartão postal mais conhecido de Jerusalém.




Por volta das 9:30h colocamos no GPS nosso destino final, Eilat (Sul de Israel, de onde sai nosso voo para o Brasil – na verdade sai de Aqaba, Jordânia - fronteira). Andamos uns 20 minutos e percebemos que o GPS estava nos levando para esta cidade, porém, por um caminho que não passaria pelo Mar Morto. Demos meia volta e acertamos a rota. Nesta brincadeira perdemos uns 45 minutos.



Já passando das 13:30h chegamos no Mar Morto, no balneário de Ein Bukek. Antes vamos a uma explicação rápida para entender o local:

O Mar Morto encontra-se na divisa ente Israel e Jordânia (ou seja, ele pertence metade para cada País). É alimentado pelo Rio Jordão (sim, o mesmo onde Jesus foi Batizado) e está encravado no meio do deserto, onde se tem altas temperaturas e clima muito seco.

Na verdade, o Mar Morto é um lago de formato estreito e alongado, possuindo 82 quilômetros de comprimento e 18 quilômetros de largura. Ele está a 417 metros abaixo do nível do mar (é o ponto mais baixo do planeta Terra).

A característica marcante deste lago é a alta concentração de sal em suas águas (cerca de 300 gramas de sais para cada litro de água). A quantidade considerada normal para os oceanos é de 30 gramas para cada litro de água.

Esta característica impossibilita o desenvolvimento de peixes ou qualquer outra forma de vida. Os peixes, que chegam pelo rio Jordão, morrem instantaneamente ao entrarem no lago. Por isso, ele é chamado de Mar Morto.



O balneário de Ein Bukek possui ótima infraestrutura, com cabanas para os turistas e chuveiro para tirar sal, além de alguns restaurantes.






Trocamos de roupa e encaramos o mar.... Gente, a água estava muito quente, imagino uns 27 graus. Além disso nosso corpo não descia... Ele flutuava o tempo todo por causa da quantidade sal. Uma loucura. Só não se pode colocar a cabeça debaixo d’água, pois, ao abrir os olhos, o sal pode queimar as pupilas. Qualquer machucado sobre a pele arde muito. Thiago se empolgou e ficou uns 45 minutos. Eu deixei água entrar no nariz e ardeu muito. Tive que sair depois de 20 minutos. Mesmo assim, um barato. Uma experiência muito legal.






Como estava muito quente - 39 graus, comprei duas cervejas e levei uma para o Thiago fazer a graça.



Passamos nas lojinhas e compramos produtos à base de dos minerais do mar morto que são ótimos para pele. Ou seja, vai ter lama preta pra todo mundo quando chegarmos por ai.

Partimos em direção a Eilat as 15h. Do mar morto até esta cidade só tem deserto. Chegamos por volta das 16:45h. Como a cidade tem uma ótima infraestrutura e está a beira do mar vermelho, decidimos encarar mais 30 minutos de banho, visto que estava fazendo uns  35 graus. Uffa. Que água refrescante.








Partimos para encher o tanque e entregar o carro. Quando estávamos abastecendo, o dinheiro que tínhamos em Schekel (moeda de Israel)  não foi suficiente para pagar o frentista. Fui um rolo danado pagarmos parte em moeda local e parte em Euros. Mesmo assim entregamos o carro no horário, sem problemas.

As 18h partimos para fronteira de Eilat para Aqaba, pois estávamos preocupados com o horário que a borda - fronteira, fecha (20h). Tivemos que pagar 30 dólares por pessoa para deixar Israel. Tudo bem, faz parte. 

Chegamos ao hotel umas 19h. Deixamos as coisas no quarto e partimos para almoçar/jantar (isso mesmo, não almoçamos). Pedimos uma massa e um frango. Deu pro gasto. Chegamos no quarto as 20h para arrumar as malas e dormir um pouco, visto que nosso voo partia as 3:55 da manhã desta manhã de 3a para 4a feira. Vamos para Istambul e depois para São Paulo, por fim, Floripa. Vamos chegar por volta das 21h desta 4a feira.
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Pessoal, era isso por hoje e também por esta viagem. Fui muito bom mesmo, Superou nossas expectativas que já eram boas. Obrigado pela atenção de vcs. 

Por fim, deixando as brincadeiras de lado, um abraço especial ao meu amigo Thiago Turatti, um dos proprietários da Agência de Turismo R2TTravel - www.facebook.com/R2tTravel  

Foi a primeira vez que viajamos juntos e posso dizer que foi um prazer viajar com o Zero, O cara é muito descolado e sabe tudo de viagem.   

Fiquem ligados. É bem capaz que saia uma excursão de Floripa para a Terra Santa em breve. Thiago já está se articulando com fornecedores de Israel.

Sempre termino uma viagem citando uma musica do Lobão: "Mais vale viver dez anos a mil do que mil anos a dez". Por isso, corra, saia do lugar, enfrente seus medos e busque novas experiências. Afinal, a vida é curta. 

Viajar é sensacional!!!.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

8º dia – Um mestrado de Teologia em Jerusalém em menos de 8h. Fantástico!!!



Pessoal,  hoje o blog está sensacional. Simplesmente o melhor dia da viagem, disparadoArrisco a dizer que foram 8h de pura aula pratica sobre a história do antigo e novo testamento. Aprendemos mais hoje do que nestes bons anos de vida, passando pela 1ª comunhão, catequese, igrejas, filmes, etc.. Ainda estamos de borca aberta com tanta e boa informação.

Tudo isso aconteceu porque contratamos os serviços do guia turístico Issac Slepoy (slepoy@zahav.net.il) que mora em Israel a mais de 30 anos. Ele é casado com uma Brasileira, já morou em São Paulo e fala muito bem o Português. Issac é professor/doutor formado em Arqueologia Bíblica e dá aula em Israel e na Espanha. Gente, o cara é uma Bíblia Ambulante. Sabe tudo, além de uma didática impressionante. Ficou fácil e prazeroso passar estas 8h como nosso hermano argentino.



Logo, não percam, dediquem 5 minutos de leitura e vcs vão entender pelo menos um pouquinho de histórica sagrada.

Bem, vamos ao blog. Primeiramente importante saber que Jerusalém é a  Capital de Israel e possui mais de 800 mil habitantes e foi fundada 3.000 anos AC. Ela é composta pela cidade nova e pela cidade velha. Nosso passeio foi pela cidade velha (toda murada), berço dos acontecimentos históricos bíblicos passados.

Encontramos com Issac as 9h em ponto no Portão de Jaffa. Acertamos os detalhes do passeio. Primeiramente ele perguntou se nós eramos católicos e  nível de conhecimento da Bíblia. Falamos que, numa escala de 1 a 10, estávamos em 6 ou 7. Ficou fazendo mais alguma perguntas e, certa hora, perguntou pro Thiago: 

- Qual o nome dos Pais de Jesus? 
Ah, tava fácil, pensei eu. 
Não é que o Zero respondeu: Maria e João

João, pai de Jesus? Não seria José, falou Isaac. 
Pensei: pronto, o cara vai desistir. Dois católicos não praticantes na Terra Santa. Que vergonha!!. 

Chamei o Zero por canto e falei: 
- Amigo, não sabe, não responde. Deixa comigo que eu executo. Vi dois filmes sobre Jesus antes de vir pra cá e estou voando.

Mas, vamos em frente. O início foi pela Basílica do Santo Sepulcro. Ela é um local onde a tradição cristã afirma que Jesus foi crucificado, sepultado e de onde ressuscitou no Domingo de Páscoa. Ou seja, um dos locais mais sagrados do Cristianismo.

O local é administrado pelas Igrejas OrtodoxaCatólica Romana e Apostólica Armênia. A basílica é dividida em 3 partes. Interessante é que tudo é dividido mesmo, inclusive a limpeza. Mas, sabem que até para isso tem problema? Imagina se um padre varrer a sujeira de um lado para o outro? Pronto, tá feito a festa.  Logo, para este serviço, tem um esquema especial de um “terceiro”.  Presenciamos isso hoje. Um funcionário Católico estava limpando o lado dele e nem chegava perto da linha divisória do vizinho.


Gente, é impressionante. Vejam o local onde Jesus foi Crucificado.



Vejam também o local onde ele foi retirado da Cruz e colocado sobre um mármore para ser preparado para o sepultamento. A pedra de mármore tá lá.



Abaixo o local onde ele foi sepultado e onde ele ressuscitou.



Por fim, vejam pedaços da montanha antiga e o pilar onde Jesus foi amarrado e depois flagelado.



Saímos da Igreja e fomos fazer a Via Dolorosa ou Via Crúcis, caminho de agonia de Jesus antes de chegar neste monte (basílica). Demoramos mais de 1h pelo caminho, pois Issac nos explicava detalhes por detalhes. Os 14 pontos de parada são:

1. Jesus é condenado à morte.
2. Jesus recebe a sua cruz.
3. Jesus cai pela primeira vez.
4. Jesus encontra sua mãe Maria.
5. Simão de Cirene é forçado a carregar a cruz.
6. Verônica enxuga o sangue do rosto de Jesus.
7. Jesus cai pela segunda vez.
8. Jesus encontra as mulheres de Jerusalém.
9. Jesus cai pela terceira vez.
10. Jesus é despojado de suas vestes.
11. Jesus é pregado na cruz - a Crucificação.
12. Jesus morre na cruz.
13. O corpo de Jesus é retirado da cruz - a Deposição ou Lamentação.
14. O corpo de Jesus é colocado no sepulcro.







Já passando das 11h passamos em Bethseda, uma antiga área onde existia piscinas para que os fiéis pudessem se lavar antes de entrarem na cidade murada de Jerusalém. Este local também possuía uma cisterna que armazenava água para a cidade. Ao lado fica a Igreja de Santana (Mãe da Virgem Maria)









Por volta das 13h fomos para o Muro das Lamentações. Antes, uma explicação do motivo de ter este nome (lamentações):

Em épocas passadas aqui era o templo do Rei David (aquele que venceu a batalha com Golias). Este local era sagrado para os Judeus, pois David era a ponte (conexão) dos Judeus com o Deus todo poderoso (lembrem que Jesus era Judeu). No entanto, anos depois, este templo foi totalmente destruído pelos Muçulmanos (adoração a Maomé), restando apenas esta parte do muro. Logo, as pessoas vão até lá para se lamentar pela destruição do Templo de David. Ou seja, hoje é importante para os Judeus e também para os Cristãos.

Neste muro também são colocados pedidos nas fendas das pedras. Os homens e mulheres rezam separados, com objetivo de não distrair a ambos com pessoas de outro sexo. A energia do local é única e com muito respeito. Botamos nosso gorrinho e lá fomos nós para as rezas e pedidos.















Fizemos uma pausa para um almoço e lá pelas 14:30h conseguimos entrar dentro do novo templo - Domo da Rocha. O local é comandado pelos Mulçumanos. No entanto os judeus e cristãos acreditam que este local é sagrado pois, foi aqui que Abraão estava disposto a oferecer o seu filho Issac em sacrifício a Deus (Gênesis 22: 1-14). Aqui também David construiu um altar ao Senhor  (2 Samuel 24:18). Em resumo, local sagrado para Muçulmanos, Cristãos e Judeus. Ou seja, não é uma Mesquita e sim um Santuário.




Na mesma região tem também a Mesquita de El Aqsa, 3º local mais sagrado para os Mulçumanos (1º Meca, 2º Medina). Mas, após  11 de Setembro (atentado às torres gêmeas), os muçulmanos não deixaram mais pessoas de outras religiões entrarem nela.




Já por volta das 15h chegamos até a região do Monte das Oliveiras, local onde Jesus costumava rezar com seus apóstolos e, muitas vezes, sozinho.



Nesta região tem um local especifico chamado Getsemani, onde Jesus foi prezo pelos soldados Romanos e levado de volta para cidade para ser condenado. Hoje existe uma Igreja (Construída com apoio de diversos Países, inclusive o Brasil) para representar a pedra que estava sentado Jesus quando foi capturado, além de velhas oliveiras ainda em funcionamento, ou seja, oliveiras com mais de 2015 anos, contemporâneas de Jesus. O mais legal é que vc pode pegar ramos de oliveiras e levar para casa, como presente. 











Foi também de Getsemani que Jesus adentrou o templo de Jerusalém, sentando num burrinho e passando por uma porta “fechada” da cidade no tradicional Domingo de Ramos.


Passando das 15:30h chegamos na Igreja onde supostamente a virgem Maria foi enterrada. Lá está a Tumba de Maria, numa igreja administrada pelos Ortodoxos. Aqui existe uma divergência entre os historiadores. Alguns acham que Maria morreu na cidade de Efesus (Turkia). Mas, nosso guia nos disse que ela já deveria estar com mais de 50 anos quando Jesus morreu (na época as pessoas morriam com 50 a 55 anos) e não teria condições de percorrer 1.800 Km. Disse que João sim esteve por lá e que Jesus havia pediu para ele cuidar de sua mãe e levá-la para todos os lados. Talvez por isso a confusão de que Maria morreu por lá.







Do lado da tumba de Maria tem um outro local, onde os apóstolos costumavam se reunir, marcado pela tão famosa passagem do Beijo de Judas em Jesus, ação esta feita por Judas para informar aos saldados romanos quem dos apóstolos era Jesus para que, mais tarde, os romanos pudessem capturá-lo.



Quase 16h e chegamos ao Monte Sião, local onde está a Tumba do Rei David. Aqui tivemos uma aula sobre os Judeus. Ficamos sabendo que eles usam o chapeuzinho – Quipá, em respeito a Deus que está acima deles; além do Talit que é um acessório religioso judaico em forma de um xale feito de seda, tendo em suas extremidades as famosas franjas. Ele é usado como uma cobertura dos ombros na hora das preces judáicas. Eles deixam também a barba crescer porque na região do rosto não se pode chegar com facas ou navalhas. Por isso aqueles cabelos encaracolado no local das costeletas. Calça preta é um sinal de sujeira e camisa branca sinal de purificação.




Nesta mesma região tem outra igreja chamada de Abadia da Dormição. De acordo com a tradição, foi neste local que a Virgem Maria morreu.  Na Bíblia, a "morte" é geralmente chamada de "sono" ou "dormição", e foi daí que surgiu o nome original da Abadia.





Do lado a Abadia está o Cenáculo da Última Ceia. O Cenáculo é o termo usado para o local onde ocorreu, de acordo com os cristãos, a Última Ceia e onde atualmente se encontra um grande templo. Ceia é derivado da palavra latina "cena", que significa "jantar". A imagem que temos deste local nos remeta ao quadro de Leonardo Da Vince. Porém, ele não representa a realidade daquela época, visto que não se tinha cadeiras e mesas altas. Ou seja, eles estavam reunidos sobre uma bancada e agachados. 



Aqui também tem uma escultura feita pela Papa João Paulo II, em forma de árvore, onde o tronco representa Deus, e os galhos as 3 religiões do mundo (Cristã, Judaica e Muçulmana), além de suas ramificações



Terminamos o passeio em frente ao nosso hotel, já chegando as 17h. Subimos para o quarto e descansamos por 1 hora. Saímos novamente para lá pelas 18h para comprar alguns crucifixos e benzê-los sobre o mármore onde Jesus foi limpo antes de ser enterrado.  Ou seja, crucifixos santificados.



Lá pelas 20h fomos ver o Muro das Lamentações a noite. Ainda tinha muito Judeu por lá.




Depois fomos jantar na região nova de Jerusalém em comemos um bom filet de frango com batatas e cerveja. Já passando das 22h regressamos ao hotel “mortos de cansados”. Caímos na cama cedo, menos de 23h.

Gente, como falei, foi uma aula de história. A melhor coisa que fizemos. O aproveitamento foi excelente. Eu prometi para mim mesmo que, em qualquer lugar com muita história, jamais vou visitá-lo sem um Guia. Thiago, um viajante de primeira, disse que aqui foi o local que ele mais adquiriu conhecimento.

Era isso por hoje. Nesta 3ª feira regressamos para Jordânia (Aqaba) para pegar nosso voo de volta, lá pelas 24h. Mas, ainda temos um dia de aventuras pela frente. Aguardem.