sábado, 22 de junho de 2013

16º. Dia – Cidade de Maras. Descobrindo um pouco mais sobre os INCAS.

FIM

Em nosso ultimo dia de viagem decidimos dar uma diminuída no ritmo. Ao invés de fazer um tour em grupo 
que duraria 6 horas, decidimos por contratar um tour privado (guia/motorista) de 4h, pois a diferença por pessoa era de  apenas 10,00 soles (pouco mais de R$ 8,50).

Contratamos os serviços do Sr. Henri, da agência Viajes |Peru (http://www.viajesperu.net/). Ele mesmo foi nosso motorista e guia. Super recomendado. Um jovem de 30 anos, formado em Turismo e com um vasto conhecimento em história e politica. Trocamos muitas ideias pelo caminho. Mas, vamos aos passeios.

Nosso destino foi a cidade de Maras, que já foi um grande centro da região do vale sagrado em épocas passadas.  Porém, hoje, está um pouco caído em virtude do crescimento da cidade de Cusco.

Cidade de Maras - Ainda na época Colonial

O importante é que este lugar possui dois atrativos imperdíveis. São Eles:

Terraços de Moray:  Trata-se de 3 construções INCAS que tinha por objetivo fazer experimentos na área da agricultura. Na região, cercada por montanhas nevadas, foram cavados grandes buracos e, em forma de circulos, eram construídas espaços para cultivos. A grande sacada foi fazer estes círculos em forma de cone. Assim, na parte mais alta, a temperaturas era mais baixa (para sementes que resistem ao frio) e nas partes mais baixas, as temperaturas eram mais altas (para sementes que necessitam de calor). Incacreditável!!!

Visão geral dos terraços

Chegamos neste local lá pela 9:30 da manhã. No topo, estava uns 10 graus. Fomos logo visitar o terraço maior. Nosso guia explicava que, se descêssemos cada degrau, haveria uma variação de temperatura de uns 3 a 4 graus. É claro que não acreditamos.

Terraço maior
Nós no 1o. terraço ainda com frio
 Dani no 1o. terraço
  Eu no 1o. terraço - Não acreditando no guia

Porém, eles nos desafio a fazer a prova real. Ou seja, descer alguns degraus. E lá fomos nós.

Nós já descendo alguns degraus
 Contemplação
 Descendo ainda mais
 Próximo ao centro - Pena que estava fechado. 
Visão da parte de baixo

Gente, não é que ele estava certo? Lá no final, próximo ao centro, deveria estar uns 25 graus. Tivemos que tirar os casacos.
Sabrina sem seus casacos

Começamos a subir e sacamos fotos do terraço médio. Neste, avistamos diversas pedras em montes. Perguntamos ao Guia e ele nos falou que era em função da erosão, ou seja, as proteções laterais caíram com o tempo e as pedras ficaram jogadas. Perguntamos por que eles não recolocavam. A resposta foi simples: Não se conseguia montar o quebra cabeça das pedras nas laterais, visto que elas eram milimetricamente calculadas pelos Incaicos para se encaixar. Ou seja, nos dias atuais, ainda estamos perdendo para o povo Inca. Os Engenheiros não conseguiram colocar as pedras no lugar.

Visão do 2o. terraço
 As pedras desmoronadas

No ultimo terraço (o menor), estava sendo realizado um ritual por uma espécie de Pagé Inca. Era uma coisa mais apropriada para Turistas aficionados. Não encaramos.

Aqui não era pra nós

Salinas de Maras:  Trata-se de grandes piscinas de sal,.uma invenção também dos INCAS e que está em uso até hoje  Na verdade este sal vem em forma de água oriundo de montanhas salgadas existentes na região. A água armazenada nas piscinas se evapora e deixa em seu leito 3 camadas de sal. (1ª, 2ª e 3ª categoria).
Visão geral das salainas

Já passava das 11h quando chagamos no local. Lá de cima, realmente impressiona.

Dani e as Salinas
 Salina ao fundo

Chegando no local é possível entender o sistema de canais. São bem artesanais. Com o canto da enxada vai se cavando pequenos canais principais e, quando necessário, em cada piscina, abre-se canais secundários. Para fechar estes canais, basta apenas colocar pedras tapando a entrada de água. Uma obra de Engenharia Hidráulica. Fantástico!!!

Da montanha vem a água salgada
 Escorre por canais
 Cai nas piscina de sal

Começamos a andar na borda das piscinas e percebemos que algumas estão em estágios mais avançadas do que outras para a “colheita” do sal. O Guia explicou que, geralmente, leva 24h para uma piscina ficar pronta. Logo, como são centenas de pisicinas, imaginem o trabalho diário?

Chegando nas salinas
 Que visão!!!
 Otto não resistiu e comeu um pedaço de sal puro de aperitivo
 Sal quase pronto,sendo evaporado
 Flocos de sal
 Nós  nas Salinas

Chegamos próximo a um campesino que estava realizando sua “colheita”. O trabalho é bem artesanal.... Raspa-se a primeira camada (1ª categoria – vai virar nosso sal de cozinha). Raspa-se a segunda camada (vai virar sal grosso para churrasco). A 3ª camada, já com barro, vai ser utilizada para os animais

Caminhando pelas salinas
 Campesino raspando sal
 Dani e o sal
 Otto na salina
 Vamos trabalhar? Lá tem vaga

Há também diversas tendas que vende de tudo, geralmente produto do sal, além de outros produtos da região.
Sal para churrasco (natural)
 Milho. Olha a variedade
 Não era sal. Era argila usado no fundo das piscinas
 Filha de trabalhador. Uma gracinha

Regressamos para Cusco e chegamos a nosso hotel por volta das 13:30h. Deixamos as cosias no quarto e fomos procurar algo para comer. Achamos uma bom restaurante chamado Adrianos. Pedimos massa e truta. Uma boa dica.

O restante do dia foi destinado ao descanso e arrumação as malas de viagem. Amanhã regressaremos para o Brasil.

Um abraço.
FIM

sexta-feira, 21 de junho de 2013

15º. Dia – Em fim chegou a magia de Machu Picchu


Pessoal, se tiverem tempo de ler o blog de hoje, aconselho, pois tentaremos expressar o que vimos da melhor maneira possível. Alias, a única certeza que temos é que não há nenhuma palavra, foto, vídeo, seja lá o que for, que possa traduzir o que sentimos hoje. É algo indescritível. Mas, vamos tentar. Antes uma introdução sobre a história do lugar:

Machu Picchu (em quíchua Machu Pikchu = "velha montanha"), também chamada de "cidade perdida dos Incas", é um dos sítios arqueológicos mais bem preservados do mundo. Considera-se que 70% de sua construção está mantida.

Está localizada entre montanhas, a 2400 metros de altitude, no Vale Sagrado, junto ao rio Urubamba. Foi construído neste lugar por causa de sua posição geográfica e climática. Aqui, quando há sol, contempla todo o complexo, o dia inteiro.

Provavelmente foi construída no século XV, sob as ordens de Pachacuti (um líder INCA - Alias, recomendo muito a leitura da histórica dos Incas. Temos bastante a aprender com eles). Estima-se que eles levaram mais de 70 anos para construí-la e, alias, nunca foi terminada. Isso porque, por volta de 1530, os INCAS abandonaram o local, apagando todas as formas de ingresso ao complexo, quando eles estavam fugindo dos Espanhóis. Por isso o nome de Cidade Perdida. Os conquistadores nunca a descobriram.

Esta maravilha só foi redescoberta, por acaso, por Hiram Bing (Historiado Americano), em 1911.  Ele estava tentando chegar a Vilcabamba, ponto onde havia relato de ter sido o ultimo refugio dos Incas.

Basicamente MachuPicchu é divida em duas grandes áreas: a agrícola formada principalmente por terraços e recintos de armazenagem de alimentos; e a outra urbana, na qual se destaca a zona sagrada com templos, praças e mausoléus reais e casas normais.

O que mais impressiona é a capacidade dos INCAS em sua construção. Por isso todos consideram que eles estavam à frente do seu tempo e eram super dotados. No meio das montanhas, os templos, casas, terraços agrícolas estão distribuídos de maneira milimetricamente planejada para a passagem do sol (Um Deus para eles). Com certeza, tudo aqui é surpreendente do ponto de vista da Agricultura, Engenharia, Arquitetura e Astronomia. 

Por fim, há diversas teorias sobre a função de Machu Picchu e porque ela foi construída. A mais aceita afirma que foi um assentamento construído com o objetivo de refugiar o soberano Inca e seu entes mais próximos no caso de ataque, ou seja, seria uma espécie de esconderijo. Porém, parece que eles ficaram com medo dos espanhóis e fugiram do lugar.

Agora vamos ao relato do dia. Acordamos cedo e saímos do hotel por volta das 6:30h. Pegamos um ônibus que leva os turistas ao topo da montanha Machu Picchu. Já passava das 7h quando desembarcamos na entrada do complexo.

Chegada em Machu Picchu

Já tínhamos informação que haviam diversos Guias à disposição (na verdade, 35 soles por pessoa). Aqui é o melhor a ser feito, caso contrário vc vai olhar e ver um monte de pedra sem sentido algum.

Guia Gudy

Precisávamos correr, pois lá pelas 7:21 da manhã ocorria o solstício de inverno, um fenômeno astronômico usado para marcar o início do inverno (ocorre normalmente por volta do dia 21 de Junho no hemisfério sul). Neste dia e horário, numa espécie de templo do sol, os raios entrariam por uma janela e iluminariam o altar de oferendas. Uffa, conseguimos.

Sol ainda não estava sobre Machu Picchu
  Correndo para ver o solsticio
O primeiro raio solar entrando na janela e iluminando o altar de oferandas

Porém, talvez o mais impressionante foi ver o sol clareando aos poucos a cidade perdida.

Vejam os raios solares iluminando a cadeia de montanhas atras de Machu Picchu

Nosso passeio era para subir também a montanha Wayna Picchu (a montanha que vcs sempre vão ver atras das fotos). Porém, "arregamos" em função dos problemas com o desabamento de terras nos trilhos do trem que poderiam prejudicar nosso retorno a Cusco. Seriam 3h de caminhada. 2h para subir e 1h para descer.

Logo após, nossa guia GUDY, começou a nos explicar em detalhes cada uma das regiões (agrícola e urbana) e seus monumentos. Gente, é de se arrepiar. Os caras eram realmente bons. O Otto (Engenheiro), não acreditava no que estava escutando, é uma arquitetura muita avançada até para os dias de hoje. Imaginem fazer aquilo tudo sem o ferramental adequado?

Abaixo vou colocar algumas fotos e comentários para que vcs possam entender:

Nossa primeira imagem ao chegar na cidade perdida
 Eles tinham até um espaço para cultivo de plantas medicinais
 Esta é a cruz dos Incas

Observem que dentro do templo havia apenas metade da cruz esculpida em pedra, e a cruz completa era formada pelos raios solares. A parte esculpida representava a "matéria". A sombra criada pelo sol representava a parte "espiritual".

 Vejam que há pedras ainda não trabalhadas, representando que os Incas, quando tiveram que sair da cidade ainda não haviam terminado suas obras

 Vejam a imagem de fundo e a iluminação solar
 Notem que a imagem invertida, com a parte iluminada pelo sol, forma um rosto humano.
 Entrada para a montanha de Wayna Picchu

A pedra atras foi esculpida copiando o contorno das montanhas, visando facilitar as oferendas a natureza que estava muito distante deles. Logo, abaixo da pedra, há um altar onde tais oferendas eram colocadas.
 Dani e a outra face da montanha de Machu Pichu, com o rio Urubamba ao fundo
 Na sala dos espelhos existe duas pedras esculpidas onde uma película de água funciona como espelho, refletindo o céu, sol e estrelas, como observatório astronômico. Na foto, o espelho formado pelo raios do sol.
 Otto e Sabrina antes da subida ao topo da montanha
O sistema de canais d'agua é outra coisa impressionante. Vejam que a pedra está esculpida para passagem da água. Ela cai em pequenas poças onde perdem a velocidade e força. No entanto, continuam canalizadas por toda a cidade


Pausa para um descanso
 Dani falando com Renata (no Brasil) e quase chorando. Queria que a irmã estivesse ali.
 Otto, Sabrina e as Lhamas.
 Dani e Sabrina subindo as escalheiras. Uffa!!!
 Otto e a Lhama toda raspada (já tinham raspado a lã dela)
 Lhama em close
 E o medo de uma coice???
 Notem quem a pedra está esculpida em forma cilíndrica. Como conseguiram lixar a parte de traz?
 Otto no topo da montanha
Dani, a janela e a montanha
 Fotos do topo da montanha. Espetacular
 
  Fotos do topo da montanha. Espetacular
 Fotos do topo da montanha. Espetacular
 Vão se jogar?
Visão da parte de baixo da montanha
 Visão da parte de baixo da montanha
 Dani e a foto panorâmica do complexo de Machu Picchu
 Visão do complexo de um ponto alto
 Visão do complexo de um ponto mais alto

Já passava das 10:30h quando tínhamos feito todo o passeio e tirado foto de tudo. Otto, Dani e Sabrina decidiram tomar um café na entrada do complexo. Eu decidi caminhar até uma PONTE INCA por mais uns 45 minutos. No caminho, espaço para a visão de uma hidroelétrica formada pelas águas do rua Urubamba.

Aqui há um livro para saber quem entra na trilha e quem falta regressar
 Uma hidroelétrica lá no fundo
Pelo caminho, alguns precipícios
Chegando na ponte Inca. Precipício

 Olha a ponte. Vc atravessava???
 Eu também não atravessei...

Nos encontramos as 11:30h e embarcamos de volta para Águas Calientes. Fomos até o hotel pegar as mochilas e procurar algum lugar para almoçar. Tínhamos tempo, pois nosso trem partia para Cusco somente as 16:15h. Aqui não há muita coisa para ver.

Eu na calle PachaCutec (talvez a região mais bacana de Aguas Calientes)
 Restaurantes caprichados nesta calle

Lá pelas 15h fomos para a estação de tem. O Otto conseguiu uma brecha no meu dos passageiros que embarcava as 15:20h e lá fomos nós para Cusco, 1h antecipado.

Alegria por entrar no trem. Estava complicado para conseguir lugar

Chegamos em Cusco já por volta das 19:30h. A cidade estava em festejo de seu aniversário. Gente, vcs não imaginam. Uma loucura só. Uma espécie de 7 de setembro deles. A muvuca era grande de mais e decidimos ficar no hotel.

Descansamos um pouco e lá pelas 21h fomos jantar no restaurante do hotel. Estávamos exaustos e nem a cerveja cusquenha (quente) conseguiu nos animar. Fomos dormir lá pelas 22h, brigando contra a Internet do hotel que não funcionava.

Pessoal, era isso por hoje. O dia mais aguardado chegou e passou. Porém, ficará para sempre a lembrança deste lugar mágico e sagrado. Como falei no início do blog, algo indescritível. Somente passando por esta experiência para sentir o que sentimos. Por isso, coloquem em seus planejamentos uma visita ao lugar. É pertinho do Brasil. Vale cada centavo!!!