Partimos para a fronteira entre Jordânia e Israel por volta
das 8:15h da manhã. Na saída da cidade de Aqaba (Jordânia) tudo tranquilo, mesmo tendo que pagar uma taxinha de 10 Dinnar (R$ 40,00) para deixar o País do Rei Abdalla II, além dos
atendentes, grossos, meio com cara de fazendo caridade.
Na sequência vc entra num corredor (não é da morte), de uns 200m,
todo cercado de grades/arame/cerca elétrica e chega wm outro País, com um
soldado de Israel lhe desejando "Bom Dia" em “Português” e “Welcome to
Israel”. Só neste primeiro contato sentimos a mudança de cultura. Depois
passamos por alguns controles normais de imigração e, por volta das 8:50h, já
estávamos na cidade de Eliat.
Pegamos um taxi e fomos até nossa locadora retirar o veículo
alugado. Até ganhamos um carro de categoria superior do que havíamos
reservado, com câmbio automático, teto solar, etc,.
Já passando das 9:20h, colocamos o GPS no carro e partimos
de Eilat para Jerusalém, via rodovia 90, que vai margeando a fronteira entre
Israel e Jordânia, com o Mar Morto no meio.
Andamos uns 200 Km e tudo era deserto. Muito pouco movimento
na rodovia que, aliás, era boa.
Nos últimos 100 Km começou a surgir o Mar Morto. Tínhamos planejado
dar uma parada para tomar banho, mas, nosso guia em Israel nos indicou um
local que não tinha infraestrutura adequada (ou seja, não era um balneário). Precisaríamos
de água normal para nos lavar depois que entrássemos na água cheia de sal. Sem
isso, seria mais uns 2h com o sal no corpo (sem chance). No entanto, antes do
local indicado, avistamos um grande balneário, moderno. Então decidimos que, na
volta de Jerusalém para Aqaba (nosso voo sai deste local), vamos parar na
praia de Ein Bokek.
Mesmo assim, o mar morto não nos pareceu nada morto (tem
vida, além de beleza).
Já passava das 14h quando chegamos a Jerusalém. Com o GPS
foi fácil de achar nosso hotel que, aliás, é muito bem localizado (Na entrada
da cidade antiga de Jerusalém, no Portão de Jaffa). Além disso, tem um senhor
(acho que é o dono) que foi muito simpático conosco. Olha, em todo este tempo
que viajo pelo mundo, acho que nunca peguei uma pessoa tão prestativa.
Deixamos as coisas no quarto e decidimos mudar o roteiro, trocando
a visita aos Museus de Jerusalém pela Cidade de Belém (Bethlen – Na Palestina – Outro Pais).
Pedimos informação para o senhorzinho simpático e lá fomos nós atrás de ônibus
para chegar ao nosso destino.
Aqui vou fazer uma Pausa no blog de hoje e tentar explicar
para vcs (apenas com um mapa) o motivo dos conflitos entre Palestinos e Judeus
na região.
Ou seja, os Palestinos, que antes eram donos da região, hoje
estão com pequenos “pedaços” do território (Faixa da Gaza, Cisjordânia e um
pedação de Jerusalém). Veja detalhes aqui.
Voltando ao blog, chegamos em Belém por volta das 16h. Pausa
para um almoço rápido (Kebab bem fraquinho e duvidoso). Do ponto final de ônibus até a Basílica
da Natividade (onde Jesus nasceu), percorremos mais ou menos 1 Km morro acima, num local
tão sujo e desorganizado que dava dó.
A faixada externa da Basílica não é nada imponente. Parece um amontoado
de pequenas construções. Mas, tudo bem, o que importa é o que está lá dentro.
Andamos por diversos lugares bem antigos e sem muita
informação (Aqui, falha nossa. Tínhamos que ter contratado um guia). Me impressionou uma sala com uma monte de crânios jogados no chão.
Chegamos então ao tão famoso local onde Maria deu a Luz ao Menino
Jesus. É um pequeno recinto, no subsolo da Igreja. Tivemos sorte de
não haver muitas pessoas no local. Gente, é pura emoção. Vc olha para baixo e vê
uma estrela no exato local que ELE nasceu. Neste instante, cada um ficou em silêncio
e curtiu o seu momento. Depois, espaço para algumas fotos.
No mesmo ambiente tem um espaço que seria o local onde o menino
Jesus foi colocado logo após ter nascido (Manjedoura)
Por volta das 17:30h regressamos para Jerusalém com um
questionamento profundo:
Porque um lugar deste, tão sagrado para humanidade,
está numa região tão maltratada, com um monte de pedintes, taxistas te
incomodando, ruelas caóticas, sem estrutura nenhuma? Será que os chefes das religiões que acreditam em
Jesus Cristo não poderiam ajudar os Palestinos e fazer deste lugar algo digno
da magnitude que representa?
Mas, como somos incompetentes no assunto, talvez
haja um motivo.
Outra coisa também nos impressionou.
Na volta, quando o ônibus
cruzou a fronteira entre Belém e Jerusalém, se tiver algum Palestino no veículo,
eles são obrigados a descer e mostrar o passaporte que, se for verde, pode
entrar. Se for azul, não pode sair da Palestina. Gente, um absurdo (depois eu explico melhor o
motivo de alguns passaportes serem verdes e azuis). O senhorzinho do hotel, que
é Palestino, tem passaporte verde. Suas irmãs e mãe, azuis. Ou seja, uma mãe
não pode sair de sua cidade para visitar um filho. Algo inconcebível para os tempos atuais? Além de tudo isso, existe um muro separando Belém de Jerusalém.
Regressamos ao hotel lá pelas 19h. Pequena pausa. Saímos, por Jerusalém a dentro, a procurar da Igreja do Santo Sepulcro já passando das 20h, A
cidade é um labirinto de ruelas que é difícil de explicar. Mesmo assim,
chegamos com ela ainda aberta apenas para vê-la a noite. Nosso tour guiado é só amanhã.
Gente, mesmos não sabendo todos os pontos de interesse
dentro da igreja, ficamos impressionados com dois deles:
Pedra da Unção: Local onde o corpo de Jesus foi preparado
para o sepultamento por José de Arimateia e Nicodemos.
Altar da Crucificação: Local onde Jesus foi crucificado.
Gente, a emoção foi grande. Fiquei pensando em algumas
pessoas que conheço, muito mais Cristãs do que eu, que gostariam de estar aqui.
Pensei em minha família, meu Pai (recém falecido) e de toda a jornada que
fizemos até aqui, pedindo segurança para que tudo termine bem. Pensei também “Nele”
e o sacrifício que fez por todos nós. A Paz que senti foi incrível. Thiago, da
mesma forma, a sua maneira, também teve seu momento de reflexão. Abaixo um video do local exato da crucificação.
Saímos de lá em busca de um lugar para comer. Fomos até o
shopping Mamilla. Procuramos, mas não tinha muita opção.
Decidimos entrar num restaurante Italiano já por volta das 21:30h. Thiago deu
sorte no prato que pediu. Eu, fui pedir um nhoque e veio com uma espécie de
batata doce que estragou o prato. Comi parte meio forçado, pois estava
custando caro (quase 90 reais).
Pessoal, era isso por hoje. Amanhã tem mais, talvez o melhor
dia, pois um guia em Português no espera para 8h de caminhada por Jerusalém