Decidimos
colocar no roteiro um outro campo para que o Lucas pudesse entender melhor este
processo. Contratamos um tour guiado em Espanhol. Super indicado
guias nestes passeios.
O
campo de concentração de Sachsenhausen
fica nos arredores de Berlim, na região de Oranniemburg. Fica a menos de uma
hora do centro de Berlim (35 km ao norte). Basta vc pegar um trem que pare
nesta estação - Oraniemburg. Depois caminhar por mais uns 30 minutos até a
entrada do campo
Sachsenhausen
começou a entrar em operação a partir de 1936; três anos depois da chegada de
Hitler ao poder e funcionou até 1945 sob o regime nazista. A princípio os
primeiros prisioneiros foram alemães – pessoas contra o regime de Hitler,
políticos, homossexuais, doentes. Só depois vieram prisioneiros de outras
nações (18 países diferentes).
Ele
é um dos mais antigos campos de concentração da Alemanha nazista. O campo era utilizado como modelo. Os
oficiais da SS lá aprendiam e se “formavam” para por o que estudavam em prática
em outros campos como Auschwitz, por exemplo. Por aqui passaram mais de 700 mil
pessoas.
Depois
do fim da II guerra, como aquela área era de território soviético, os russos
utilizaram o campo de Sachsenhausen até 1950. Os prisioneiros políticos dessa
vez passaram a ser ex-oficiais nazistas e pessoas que eram contra o comunismo.
O
campo de concentração Sachsenhausen não foi um campo de extermínio como era
Auschwitz, mas isso não significa que pessoas não foram executadas. Em poucos
dias entre 13 e 18 mil prisioneiros soviéticos foram executados num processo
verdadeiramente industrial (entravam numa vala e eram fuzilados). Além disso, a taxa de mortalidade dos presos
por doenças, desnutrição e maus tratos era enorme. Mesmo não sendo um campo de
extermínio, havia os fornos para cremação em massa. Estimasse que 200 mil
pessoas morreram aqui.
Após
esta introdução, vamos ao passeio.
Nos encontramos as 10h com o grupo na praça AlexanderPlat (com o dia umido e com chuva que começava e parava a toda hora, num frio de 13 graus). Entre metrô, trem e caminhada para chegar até a porta do campo, levamos 1:45h.
Nos encontramos as 10h com o grupo na praça AlexanderPlat (com o dia umido e com chuva que começava e parava a toda hora, num frio de 13 graus). Entre metrô, trem e caminhada para chegar até a porta do campo, levamos 1:45h.
A
entrada neste campo/museu começa em estabelecimentos onde os nazistas moravam,
ou seja, em casas mais estruturadas.
Ali
vc começa a entender porque ele foi considerado um campo modelo. Eles tentaram
fazer um campo numa espécie de triangulo equilátero, por onde os policiais de
plantão, de uma cabine no centro, podiam ver todos os cantos do campo. Ou
seja, uma visão privilegiada e ampla. Porém, tinha um grande defeito. Não dava
para ser ampliado.
Fomos
caminhando e a guia nos explicando detalhes. Como era um campo modelo, tinha
uma academia para o policiais da SS serem treinados. Claro, em prédios bem
melhores.
Andamos
mais um pouquinho e ai sim chegamos de fato a entrada do campo para os
prisioneiros. Naquela época era "vendido" que este lugar seria uma espécie de "alojamento seguro" para que eles pudessem trabalhar em quanto a guerra
acontecia. Inclusive, na porta de entrada, tem uma frase bem sugestiva – O
trabalho liberta.
O
campo em si, com todas suas edificações, já não existe mais. Deixaram apenas
algumas amostras de locais importantes, tais como:
Barracão
Dormitório: Com beliches triplos, casas de banho e banheiros, tudo sem porta.
Prisão:
Aqui, numa cela de 2x2, chegava a ficar 20 pessoas.
Enfermaria:
Na real, era mais um migué para quem chegasse de fora e visse como as coisas
funcionavam. Atendia mais os soldados da SS do que os presos. Presos doentes
eram deixados no frio e na chuva para morrer
Vala
de Extermínio: Aqui os presos eram colocados numa vala e, do alto, os policiais
os fuzilavam.
Câmara
de gás e forno crematório: A meu ver, o mais brutal, pois a morte era lenta.
E
fomos caminhando lentamente, com a guia nos contando detalhes de tudo.
No
final, tem um memorial, com placas dos 18 países que tiverem pessoas mortas
aqui.
Gente,
é uma experiência que nos consome. Algo angustiante. Tudo é tratado com
respeito e sem barulho. Aliás, os Alemães têm vergonha desse passado. Porém, preservam isso forte para as novas gerações saberem a M que eles fizeram no passado e não se repetir mais. Por isso, por aqui, mencionar fazer apologia ao nazismo é CRIME.
O
que eu aprendi de novo aqui foi o seguinte: Do lado dos campos de concentração existiam
varias fábricas que se utilizavam desta mão de obra para produzir seus
produtos. As vezes, para se trabalhar, era necessário andar 2h e o horário era
das 6h as 20h. Que escravidão....
Ai vc começa a entender porque Hitler prosperou. Ele não teria alcançado os objetivos que alcançou se não tivesse contado com o financiamento de muitas empresas nacionais e internacionais. Confira a lista:
• Hugo Boss: Os uniformes eram feitos por eles
• Wolkswagen e Ford: Produziam carros para os nazistas
• Bayer (remédios e o gas que matavam os presos eram feitos por eles)
• Coca Cola: Em 1941, a filial alemã da Coca-Cola ficou sem o xarope para produzir a bebida e não podiam adquiri-lo dos EUA devido as sanções do tempo de guerra. Contrataram trabalho escravo e desenvolveram uma nova bebida especificamente para os nazistas: Um refrigerante com sabor de frutas chamado “Fanta”, bebida oficial da Alemanha nazista.
• IBM: construiu máquinas personalizadas para os nazistas com quais eles podiam usar para controlar tudo, do fornecimento de petróleo, os horários dos trens em campos de morte até em controlar as contas bancárias de judeus vítimas do Holocausto.
• Bancos Suíços: lucraram com os depósitos dos judeus mortos.
Pegamos o trem e regressamos para
Berlim já passado das 16:30h. Como estávamos sem almoço, achamos algo para
comer na AlexanderPlatz mesmo.
Fomos para o hotel e descansamos um
pouco. Lá pelas 20h saímos para a região chamada East Side Gallery. Aqui encontra-se
um pedaço do muro de Berlim (1.3 Km), as
margens do Rio Spree. Depois da queda do muro, entre 1991 e 1992, o governo incentivou
artistas a reproduzirem a sensação de opressão e esperança que o muro tinha para
eles. Imperdível gente. O duro é tentar entender a obra de cada artista.
A mais famosas delas é a do Beijo. Uma
reprodução de uma foto famosa da época, onde 2 chanceleres alemães (Brejnev e
Honecker) se cumprimentaram após um acordo. Não é um beijo gay. Brejnev e
Honecker não eram homossexuais. Eles eram socialistas, fato que explica melhor
essa história de beijos entre homens aqui no mundo da antiga cortina de ferro.
Lá
pelas 22h paramos para tomar uma cerveja na beira do Rio Spree, ao lado da
ponte Oberbaumbrucke. Ficamos vendo o final do 2º tempo de Colômbia 3x0 Polônia.
Passando
das 23h fomos até o Sony Center, um empreendimento moderno, com shopping
center, cinemas, restaurantes, cafés. Impresiona pela quantidade de neon nos prédios.
Jantamos por aqui.
Regressamos
ao hotel já passando das 23:45h.
Gente,
foi mais um dia super proveitoso. Historia pura!!! Amanhã vamos alugar um bike
e sair para pedalar.
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